Escrito por: Unknown sexta-feira, 24 de janeiro de 2014


E ai povo, como vão? Mil desculpas pela falta de matérias freqüentes, a internet na minha casa é mais rara do que água na lua. Bem, eu ando pensando muito em matérias interessantes, e não ficar falando apenas de animes. Até porque ser otaku não é apenas saber do anime mais recente, tem que entender o que faz aquilo que você gosta ser tão especial. E para explicar tudo isso, eu resolvi criar uma série de matérias falando da história do mangá, desde o começo até a dominação nas últimas três décadas e também o seu fim. Vamos nessa então.


Enquanto no século oito a galera da Europa se preocupava em matar ou transformar saxões em cristãos, a Igreja Católica dominava o mundo feito o Obama e Roma deixava de ser uma cidade-império pra se transformar em ruínas, no pequenino Japão que não tinha nada a ver com isso os manos dos olhinhos puxados criavam aquele que seria o bisavô do mangá moderno. O mangá mais antigo já encontrado pelo homem é do século VIII d.C, mas tem outras fontes que dizem ser do séc. XII – não acreditem nessa, a minha é confiável. Nessa época ainda não existia o termo mangá, e sim os emakimonos, uma das únicas formas da época de se registrar histórias ou mesmo de entretenimento. O emakimono era um pergaminho, mas a diferença entre eles é que no emakimono a história era contada através de imagens desenhadas com textos em forma de narração, aonde a história seguia à medida que iria se desenrolando o pergaminho. A importância dele é muito grande, já que a característica de imagens sustentando uma história é mantida até hoje.

Até o período Edo (ou Shogunato Tokugawa que vai de 1603 a 1868) a única forma de entretenimento desse tipo era o emakimono, até que com a “abertura” do Japão para o mundo foram chegando os livros do ocidente, e lá se vai nosso pergaminho ilustrado. No começo as imagens nos livros eram apenas para ilustração, mas depois começaram a chegar livros para ver e junto com essa nova “tecnologia” surgiu os ukiyo-e, que nada mais é do que o pai do carimbo. O ukiyo-e funcionava como matrizes de madeira, onde se pintavam por cima e o que estava na matriz ficava no papel. A população de classe média começou a comprar e surge mais um sucesso. O termo mangá surge nessa mesma época com Katsushika Hokusai (1760-1849) em sua obra de caricaturas de animais, flora, fauna, cotidiano e criaturas do folclore japonês que foi lançada em quinze volumes chamada de “Hokusai Mangá” (Desenhos irresponsáveis de Hokusai, só que o irresponsável era de relaxado, que era a maneira como os desenhos eram feitos). O sucesso foi tanto que ele produziu até o dia de morrer.

Ainda não era o mangá que nós conhecemos, mas a história caminhava para isso. Com a queda do Shogunato em 1868 e a volta do poder ao Imperador, o Japão se abre ainda mais para o mundo e conhece as revistas em quadrinhos vindas do ocidente, principalmente da Inglaterra, de onde vem a Punch Magazine, uma revista de caricaturas sátiras com tiras em quadrinhos seqüenciais (como a Mafalda, Charlie Brown). A primeira revista totalmente voltada para o mangá foi lançada em 1874, com o nome de Enshinbun Nipponchi, mas não durou mais do que três edições para a revista fechar, mas as mesmas três edições foram o suficiente para a idéia colar mais do que o Chiclete com Banana dois anos já existia outra revista de mangá nas bancas chamada de Marumaru Chinbun, e depois em 1879 veio a Garakuta Chinpo e por ai vai.

Pertinho do final do século surgiu a primeira revista de mangá totalmente focada para os meninos, a Shonen Sekai (Mundo Jovem). Mas assim como a Marvel é nos Estados Unidos a revista tinha o sangue japonês demais, e o alto nacionalismo fez com que o conteúdo fosse apenas sobre a primeira guerra Sino-Japonesa (1894-1895). No mesmo século as revistas passaram de simples carimbos para revistas que acumulavam histórias e que já estavam firmes. O mangá de verdade surge no século XX com a explosão nas vendas e a criação de revistas especializadas para cada gênero, como a Shoujo Sekai – a versão feminina da Shonen Sekai - e a Tokyo Pakku, revista para crianças. A maioria dos mangás ainda usava o texto apenas como narrativas, mas outros já inseriam os balões de falas. Surgiam ainda as revistas para incentivar a criação de novos mangakás, mas durante a Segunda Guerra Mundial a produção foi proibida para a utilização de papel e tinta na guerra (iam matar as pessoas com nanquim...). Já no pós guerra, quando o Japão tava mais bagunçado do que meu quarto o mangá ajudou na recuperação econômica, e nesse mesmo período surgiam as grandes revistas de mangá da atualidade: Shonen Jump, Shonen Gangan, Shonen Sunday, e por ai vai. 

O mangá como nós conhecemos surgiu da cabeça de uma única cabeça, e que depois dele todo mundo copiou seu estilo e é por causa dele que estamos aqui hoje: Osamu Tezuka. Você pode até não saber quem ele é a partir do nome, mas as suas obras são imensas, anota a lista: Adolf, Buda, A Princesa e o Cavaleiro, Kimba, Doutor Black Jack, Cleópatra – o primeiro anime hentai - e o pai de Megaman, Astroboy. Ele utilizou as referências do Teatro No (aonde a maquiagem dos atores dava ênfase aos olhos) e aos desenhos de Walt Disney (não os atuais, os mais antigos que eram feios e esguios), mas não foi só isso. Ele queria que a gente lesse um mangá como alguém que vê um filme, com mudanças de pontos de viso, foco, criou onomatopéias que se fundiam com o cenário, distorção de velocidade, o cara simplesmente revolucionou (e ainda era um grande amigo de Maurício de Souza, criador da Turma da Mônica).

Junto com Astroboy que se tornou o primeiro anime, os japoneses perceberam que se você transformar um mangá em animação, além de alavancar as vendas dá dinheiro pra chuchu. E se essa mesma animação também fizer sucesso, você cria produtos com a cara dos personagens e ganha ainda mais dinheiro. E foi assim que começou a grande expansão de mangás pelo Japão e pelo mundo, que fez do mangá a forma de entretenimento impresso mais vendida da história. Mas essa expansão colossal das histórias em quadrinhos japonesas fica para a próxima manteria da série, e o começo do mangá fica por aqui.

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